Yoga Além do Colchonete

O que é o Yoga?

     A palavra “Yoga” simplesmente significa união. Para mim, a palavra por si só sempre requer a questão, “união com quê?” De acordo com os povos da Antiguidade, incluindo o grande sábio indiano Patanjali (que viveu há mais de 1500 anos atrás), o objetivo da prática do yoga era de alcançar a consciência universal: perceber esse estado onde a alma individual (atman) se identifica ou se funde com a alma suprema ou Deus.

     Soa bem, mas esse é um grande passo, mover-se deste estado de “individualidade” para esta grande “consciência universal” cósmica. E, para muitos, o yoga não é somente exercício físico?

A prática em grupo

      Yoga é um grande exercício físico, porém quando eu o praticava, não somente me sentia ótimo, mas algo mais estava acontecendo. Eu estava ciente de que eu era mais do que simplesmente eu. Era esta realização, a grande união da qual os antigos falavam?

     Também descobri que quando eu o praticava em grupo, podia fazer muito mais do que quando praticava sozinho e que a minha experiência efetivamente se tornava mais profunda. E quanto mais praticava, mais me conhecia e mais apreciava praticar com meus colegas yogis. Enquanto achava desafiador fazer a postura por 1 minuto sozinho, não era grande coisa fazer 3 minutos em grupo.

    Qual era este poder de grupo e o que há com essas profundas realizações internas? Eu queria mais. A coisa maravilhosa é que ainda amo isto e a energia de grupo ainda funciona. E funciona online também!

     Tendo tido uma experiência do meu próprio autoconhecimento e conhecendo o poder do grupo, eu estava pronto para explorar este conceito da consciência universal. Yogi Bhajan disse:

     “Consciência individual irá aprimorar você, consciência de grupo irá expandir você, e a consciência universal irá redimir você para o Infinito”.

Para além do colchonete

      Como humanos, somos seres sociais. Vivemos em comunidades. Vivemos em cidades; vivemos em bairros; vivemos em famílias. Mesmo assim, em meio a oito bilhões de pessoas, muitos de nós ainda nos sentimos sozinhos. O anseio inerente está dentro de nós, mas como nos conectamos? Como fazemos a ponte no vão que sentimos entre nós e os outros, entre nós e Deus, quando acreditamos que estamos sozinhos na nossa própria ilha?

      Na minha experiência pessoal, descobri que a ponte é simplesmente sair de si mesmo. Tirando o foco do meu próprio auto envolvimento, eu poderia me fundir dentro de uma consciência muito maior. Descobri que ao servir e encontrar abnegação, experimentei um sentimento de universalidade.

   Conscientemente, me conectei com um grupo, e através do meu serviço para esse grupo, e depois para uma comunidade ainda maior, descobri o anseio dentro de mim sendo satisfeito. Eu estava de fato tendo a experiência de passar da consciência individual para a de grupo, e da consciência de grupo para a universal. E nessa progressão, pude experimentar a conexão com o meu infinito.

Abraçando a jornada

     Toda jornada começa com esse primeiro passo. Às vezes é um grande passo, outras vezes pequeno. O importante é dá-lo. Vá a uma aula de yoga local, a um centro espiritual, ou se não existe um centro perto de você, conecte-se online à Kundaliniyoga.com, ou faça o yatra (jornada espiritual) para o Solstício de Verão ou de Inverno da 3HO.

    Coloque-se na companhia daqueles de pensamentos semelhantes, que também estão cientes de estarem nesta jornada da consciência. Isto é sadh sangat, a comunidade daqueles que têm uma prática espiritual. Sadh sangat nos passa da consciência individual para a consciência de grupo. Isso nos nutre, expande em direção ao nosso infinito. Saímos de nós mesmos e nos preparamos para dar esse grande passo para o Universal e o Infinito.

     Um dos maiores presentes que damos a nós mesmos é ensinar. Nada lhe faz sair de si mesmo mais do que ensinar. No sentido mais verdadeiro, o professor vive para os alunos e para entregar esses alunos ao infinito. Assim, se você é um professor, ensine! Não perca esta grande benção. Que maneira melhor de criar uma comunidade do que ensinar?

     Crie a comunidade ou consciência do grupo que o entrega ao infinito. Faça o seu ambiente aconchegante, sirva chá depois das aulas, dê aos alunos um ambiente que nutra e eleve. Saia de si mesmo e conecte-se aos seus alunos e através dessa conexão, ao seu ser universal.

     Se você ensina ou não, pode tomar o passo seguinte. Tire seu yoga “do colchonete” e compartilhe essa consciência com a comunidade maior. Faça alguma forma de serviço e devolva ajudando aqueles que necessitam. Participe das cozinhas livres, ensine aos presos, vá às escolas e estenda-se aos jovens, colete roupas para os sem teto. Faça o que o seu coração o leva a fazer.

Encontrando a felicidade

     O santo, Neem Karoli Baba, colocou isso bem, quando perguntado por um aluno, “como encontramos Deus?” Ele respondeu dizendo, “Sirvam às pessoas”. Quando ainda pressionado pelo aluno que perguntou, “Como elevamos nossa Kundalini?”, o mestre respondeu dizendo, “Alimentem as pessoas”. Novamente o aluno perguntou, “Mas como podemos ser felizes?” O professor respondeu dizendo, “Parem de pensar em si mesmos”. Então, tenha no seu coração essa consciência básica que Yogi Bhajan ensinou desde o início e siga esse fluxo da consciência individual para a de grupo e da consciência de grupo para a universal.

      Às vezes, temos resistência ou medo ou não estamos bem certos como dar esse primeiro passo em direção à nossa unidade. Pensamos que estamos entrando no desconhecido, mas só esquecemos que o Infinito já é conhecido para as nossas almas e corações em um nível muito profundo. É através do nosso próprio refinamento que vem da nossa prática de yoga e meditação, nossa conexão ao grupo e nossa expansão através do nosso serviço, que podemos lembrar nosso Infinito.

    Trechos de “Além do Colchonete” escrito por Sada Sad Singh e publicado pela Revista Aquarian Times – Primavera 2002 – Tradução Dharam Kaur.

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