Os 10 Gurus Sikhs

Por Dharam Kaur

Guru Nanak

O primeiro Guru

   Guru Nanak foi o primeiro Guru, e as bases do Sikh Dharma foram estabelecidas por ele. Revelou o que o verdadeiro yoga significa: a raiz  yug, que significa unir, referindo-se à união do homem com Deus mediante a meditação. Os ensinamentos básicos de Guru Nanak foram de saber viver no mundo e, ao mesmo tempo, ter a mente conectada com a energia divina. Para consegui-lo, dizia ele: “viva com humildade e medite no nome de Deus”.

     Guru Nanak foi o primeiro Guru, e as bases do Sikh Dharma foram estabelecidas por ele. Revelou o que o verdadeiro yoga significa: a raiz  yug, que significa unir, referindo-se à união do homem com Deus mediante a meditação. Os ensinamentos básicos de Guru Nanak foram de saber viver no mundo e, ao mesmo tempo, ter a mente conectada com a energia divina. Para consegui-lo, dizia ele: “viva com humildade e medite no nome de Deus”.

     Guru Nanak veio ensinar a qualidade da Humildade. É a qualidade que deve dominar para alcançar a plenitude como ser humano, sentir-se conectado com a própria alma.

     Guru Nanak nasceu em 1469, dentro de uma família de casta relativamente alta. Quando jovem, ele começou a questionar todas as coisas: o vazio dos rituais que pareciam não ter significado, a divisão arbitrária das pessoas divididas em castas, o status inferior das mulheres. Guru Nanak era famoso por desafiar sua família, seus ancestrais e sua sociedade – não de uma forma rebelde, mas como um filho devotado que tentava despertar os outros de um sono autoimposto.

     A história diz que, numa manhã, quando tomava seu banho antes da meditação, Guru Nanak mergulhou na água e não voltou à superfície por três dias. A sua respiração tornou-se tão calma e tão profunda que ele pode sustentar-se sob a água. Durante estes três dias, ele teve a sua experiência de iluminação. Ele viu o jogo cósmico da Consciência Divina e o papel e o propósito da vida humana dentro deste jogo.

     Depois de ter esta visão, Guru Nanak registrou as suas experiências no Japji Sahib, a Canção da Alma. O Japji Sahib é a descrição de Guru Nanak de sua própria experiência de  iluminação como um yogi realizado. Mas, o presente do Japji é o poder do Shabad Guru, o professor que se manifesta através da Corrente de Som. Quando Guru Nanak recitou o Japji, ele deu origem a uma nova tecnologia espiritual para a humanidade. Recitar o Japji, com devoção e amor, permitirá que a pessoa, lentamente, através do tempo, desenvolva a habilidade de ver o que Guru Nanak viu. O Shabad pode levar a pessoa para este lugar de luz e fundi-la com o Divino, mesmo que ela não seja um adepto ou um yogi avançado.

     A estrutura completa do Dharma continuou sendo criada depois de sua morte. Sendo assim, Guru Nanak preparou um dos seus discípulos, pondo à prova seu compromisso e quando estava pronto passou Sua luz e esse discípulo se converteu no próximo Guru, sendo o primeiro elo dessa Corrente Dourada.

Por Dharam Kaur

Guru Angad

O segundo Guru

   Tranqüilidade, perdão e paciência são as qualidades principais de Guru Angad, assim como suportar o insuportável e sofrer o  que não for sofrível. A perseverança deve ser como a Terra. A firmeza deve ser como uma montanha, na alegria e na tristeza. O perdão deve brotar como um rio do coração, de forma a beneficiar a todos, sem levar em conta as ações e sempre com humildade, pois o humilde será exaltado.

     Guru Angad foi o estudante perfeito e obediente. Obediência é a qualidade que deve ser expandida a partir do exemplo de vida desse Guru.

     Nasceu em Ferozepur, distrito de Punjab, filho de um mercador pobre. Seus pais lhe deram o nome de Lehna (que significa dívida que deve ser paga a alguém).

Lehna adorava a Deusa Durga. Todos os anos  ele liderava um grupo ao templo Jwalamkhi, situado no Himalaia. Durante uma de suas visitas ao templo Durga, ouviu um dos hinos de Guru Nanak, recitado por Bhai Jodha, discípulo de Guru Nanak, dando-lhe a sensação de palavras mágicas. O hino mexeu com a sua alma e ele decidiu prosseguir até Kartapur para conhecer Guru Nanak,

     No seu caminho para Kartapur, encontrou um velho homem, alto, forte e alegre. Lehna o cumprimentou e perguntou o caminho para o lugar de Guru Nanak. O velho homem disse gentilmente: “siga-me, querido irmão, porque estou no mesmo caminho.”

     Guiado pelo bondoso homem, Lehnaji seguiu-o a cavalo. Quando alcançaram a cidade, ele apontou em direção a um portão e disse a Lehnaji, “Guru Nanak vive lá. Você deve entrar pelo portão e o encontrará lá dentro.”

     Lehna entrou na casa e, para sua grande surpresa, descobriu o mesmo velho homem que o guiou até aquela casa. Lehna estava coberto de vergonha e remorso. Disse para si mesmo: “quão tolo eu fui, cavalgando, enquanto o Guru caminhava à minha frente!”

     Guru Nanak podia ler sua mente perturbada. Acalmou-o dizendo: “não fique perturbado, você não fez nada errado e eu fiz a minha obrigação de servi-lo como hospedeiro, meu honrado hóspede.” “Você se chama Lehna? Veio para pagar seu Lehna? (sua dívida). Estava lhe esperando”

     Assim, quando retornou à sua peregrinação, Lehna não conseguia apagar de sua mente o que havia sentido aos pés do Mestre e concluiu que as bênçãos que procurava haviam chegado através do olhar do Santo Nanak.

     Nanak tinha dois filhos e muitos discípulos. Sempre os colocava em prova, testando a obediência. Certa ocasião, sugeriu que comessem um corpo em decomposição, dizendo: “aquele que desejar permanecer comigo, coma desse corpo; todos se afastaram, apenas Lehna resolveu comê-lo, mas o que sentiu foi um doce prashad (doce sabor de uma comida bendita). Nanak falou (os ouvidos de Lehna ouviram o som como música): “Você realizou muitas devoções (excessivas) e agora entre você e eu não existe diferença, verdadeiramente você é “Angad,”  “parte do meu próprio Ser”.

     Tranqüilidade, perdão e paciência são as qualidades principais de Guru  Angad, assim como suportar o insuportável e sofrer o  que não for sofrível. A perseverança deve ser como a Terra. A firmeza deve ser como uma montanha, na alegria e na tristeza. O perdão deve brotar como um rio do coração, de forma a beneficiar a todos, sem levar em conta as ações e sempre com humildade, pois o humilde será exaltado.

     Criou o Gurmukhi, uma língua espiritual, simples de ler e compreender, para que as pessoas simples pudessem entender. Seus ensinamentos e seu exemplo foram de uma atitude de devoção, de entrega e obediência ao Guru (Sabedoria Infinita). Ensinou que o homem possui um grande tesouro espiritual  e que, cegamente, se apega aos prazeres superficiais do mundo. Mas Deus, que está dentro, não pode ser encontrado por estas coisas externas.

     Manifestava paciência e compreensão com todos aqueles que o procuravam.   Sempre evitou as discussões. Com calma ensinava que as pessoas colocassem sua fé na Vontade de Deus, “Ele sabe o que desejamos e necessitamos e nos dará. De modo que não deveríamos pedir nada.”

Por Dharam Kaur

Guru Amar Das

O terceiro Guru

   –A mensagem do Guru Amar Das foi: “Igualdade é a qualidade que terá de expandir; ver a igualdade em todo o mundo, em todas as situações, ter cuidado com os demais e interesse por todos, valendo-se da mente positiva equilibrada. Assim é como os demais necessitam que você se comporte.”

     A mensagem do Guru Amar Das foi: “Igualdade é a qualidade que terá de expandir; ver a igualdade em todo o mundo, em todas as situações, ter cuidado com os demais e interesse por todos, valendo-se da mente positiva equilibrada.     Assim é como os demais necessitam que você se comporte.”

     Foi o precursor da igualdade social e espiritual do homem e da mulher. Criou a instituição do “Guru-Ka-Langar”, refeitório gratuito e aberto, sem distinção de castas, religião ou posição social.

     Sua busca interna foi longa e penosa. Ele colhia os frutos dos seus bons atos, mas a tristeza permanecia em seu coração. Em seus atos o “Eu sou” se encontrava presente e isso o impedia de ter uma visão do Deus que buscava. Ele mesmo estava atuando como um trabalhador incapaz de aquietar sua mente, e a medida que os anos passavam a busca da verdade continuava.

     Dentro do seu coração, Amar Das sabia que sem ver Deus, a vida humana passava em vão, por isso procurava por um Guru competente. Assim, passaram-se mais de 70 anos de sua vida em fervorosa oração, chegando a ficar quase exausto até que a misericórdia Divina se manifestasse para ele.

     Certa vez, antes do amanhecer, ele escutou um canto que parecia silenciar a quietude da natureza: era o Jap Ji do Guru Nanak que falava sobre a grandeza de Deus e de seu servente eleito; foi cantado pela filha de Guru Angad que era casada na mesma família de Guru Amar Das; através dela conheceu o mestre vivente.

     Onde quer que fosse e qualquer coisa que ocorresse, Amar Das permaneceu sempre desapegado e tolerante, sem abandonar jamais os limites de sua inerente humildade.

     Apesar de sua avançada idade, trabalhou constantemente em levar os serviços e mensagens de seus antecessores, fez com hindus e muçulmanos, reis e camponeses se sentassem juntos.

     Mostrou que havia esperança a todos e que experimentar Deus era um direito de nascimento do homem.

     Conta-se que Amar Das não comia nada que não fosse conseguido por ele mesmo, através de seu serviço, vendendo azeite e sal as pessoas que precisavam. Ele fazia todo o serviço pessoal a Angad, assim como Angad fizera para Nanak.

     Quando Amar Dar percebeu que havia chegado o tempo de nomear seu sucessor, colocou a prova seus discípulos e pediu que cada um construísse uma plataforma para ele, o que pareceu uma tarefa muito simples e foi feita em pouco tempo. Quando o Guru inspecionou, pediu que desmanchassem e construíssem novamente. Quando terminaram, pediu que mudassem de lugar. Várias vezes as plataformas foram feitas e desfeitas. Um a um dos trabalhadores foram embora, achando que o Guru estava  afetado pela idade. Restou apenas um, Jetha Ji, que com lágrimas nos olhos disse: “Mestre és todo sabedoria, todo consciência. Se me ordena construir e destruir estas plataformas durante toda a sua vida, meu único desejo é obedecer suas ordens”. Amar Das abraçou seu amado servente, Jetha Ji e deu-lhe o nome de RAM DAS, e disse que ele era o único capaz de levar o trabalho do Mestre.

Por Dharam Kaur

Guru Ram Das

O quarto Guru

   Humildade – Esta qualidade deverá estar sempre presente para orientar a sua vida em atos de serviço com esforço, humildade e constância. Assim poderá mudar a direção do seu próprio destino e das pessoas que tenham conexão com você. Estabeleceu a cidade de Amritsar como um centro de peregrinação espiritual. Foi reconhecido em toda a Índia por sua humildade e entrega de serviço à todos.

     Humildade – Esta qualidade deverá estar sempre presente para orientar a sua vida em atos de serviço com esforço, humildade e constância. Assim poderá mudar a direção do seu próprio destino e das pessoas que tenham conexão com você.

     Estabeleceu a cidade de Amritsar como um centro de peregrinação espiritual. Foi reconhecido em toda a Índia por sua humildade e entrega de serviço à todos.

Para um jovem órfão que fazia uma vida humilde nas ruas enquanto servia os outros, Jetha tornou-se o genro de Guru Amar Das. Existem muitas histórias bonitas sobre eles, como sogro e genro.  No tempo devido, Guru Amar Das passou o trono do Guru para Jetha, que ficou conhecido como Guru Ram Das.

     Yogi Bhajan falou sobre Raj Yoga como um estado de consciência muito particular. É viver como um yogi no interior e como um rei no exterior. É ser capaz de ver o invisível, conhecer o desconhecido e ouvir o inaudível. O trono de Raj Yoga foi dado a Guru Ram Das porque ele alcançou este estado de consciência. Ele o alcançou deixando o mundo para trás e fazendo praticas yóguicas severas? Não.  Ele alcançou pela meditação no Shabad enquanto vivia como marido, pai e genro que ganhava seu sustento e servia a sua comunidade. Ninguém conhece que Yoga ou Meditação pessoal Guru Ram Das possa ter praticado. Mas as histórias são claras de que sua devoção foi incomparável.

     Após tornar-se Guru, tinha um hábito particular. Viajantes chegavam todos os dias para encontrar-se com ele. Ao anoitecer Guru Ram Das vestia-se muito humildemente e ia aonde os viajantes estavam descansando para lavar os seus pés. No dia seguinte, quando os viajantes tinham a chance de encontrar Guru Ram Das pela primeira vez ficavam surpresos ao descobrir que o lavador de pés da noite anterior, estava agora sentado sobre o trono do Guru.

     As histórias de humildade e de graça de Guru Ram Das circulavam por toda a parte. Em tempo, essas histórias o levaram de volta para a comunidade Udhaasee, a primeira seita religiosa estabelecida por Guru Nanak. Nas quase quatro décadas que se passaram do tempo de Guru Nanak, Baba Siri Chand continuou o trabalho que seu pai lhe designou. Todas as escolas de yoga desse tempo reconheciam Baba Siri Chand como o maior dos yoguis. Costumava-se dizer que Baba Siri Chand não precisava de comida, vivia puramente de ar; e que sua pele tinha uma leve cor azulada porque ele era nutrido pelo prana. Apesar de ele ter a idade avançada ele não parecia mais velho que um garoto adolescente. Todas as escolas de yoga se curvaram perante ele.

     Conforme as histórias de Guru Ram Das alcançaram seus ouvidos, Babi Siri Chand, ficou curioso. Ele queria ver o que tinha acontecido ao outro setor religioso, o Nanak Panthees, que se originaram com seu pai, Guru Nanak. Baba Siri Chand partiu a pé em direção a Goindwal. Quando a notícia alcançou Guru Ram Das, que o venerado filho de Guru Nanak estava a caminho para vê-lo,  Guru Ram Das não esperou. Ele também iniciou uma jornada para encontrar o grande Yogi Baba Siri Chand.

     Quando os dois se encontraram Baba Siri Chand, viu a semelhança de seu pai em Guru Ram Das. Ainda, o yogi questionou Guru Ram Das sobre sua barba. “Porque você tem uma barba tão longa?” Perguntou ao Guru. Guru Ram Das se ajoelhou ao chão perante Baba Siri Chand. Pegou sua barba nas mãos e começou a varrer a poeira dos pés de Baba Siri Chand. “Esta barba”, ele disse humildemente, “é para limpar os pés de grandes santos como você”.

     Nesse momento, Baba Siri Chand, percebeu porque o seu pai não lhe deixou o trono de Guru. Enquanto Baba Siri Chand tinha tremendo conhecimento e poderes yóguicos maravilhosos, não tinha o senso de devoção e serviço necessários para tornar-se Guru.

     A humildade conquistou Baba Siri Chand.  Enquanto Guru Ram Das levantava sobre seus pés, Baba Siri Chand ajoelhou-se. “Ó grande rei, você é superior a mim. Você permanece no lugar do meu pai e ajudou-me a entender o porquê de ter sido negligenciado. Você é maior do que as palavras podem expressar. Todos aqueles que olham para você, deverão ser liberados.” Com isso, Baba Siri Chand, curvou-se a Guru Ram Das. É dito que quando Baba Siri Chand curvou-se  todas as escolas de yoga se curvaram com ele.

    “A diferença entre um homem e um yogi é que esse homem pode escutar o som tênue da alma. Mas um yogi, escuta somente esse som (da alma). É como um alarme, uma brigada de fogo passando. A orientação torna-se absolutamente intuitiva. Toda pessoa tem essa capacidade.”

Por Dharam Kaur

Guru Arjan

O quinto Guru

   Guru Arjan encorajou o comércio e a indústria entre os sikhs. Foi um Guru ativo, empreendedor e o primeiro Guru a se introduzir na política. Ele passou a ser visto como um líder espiritual tanto quanto um líder político e tinha muitos seguidores. Sua influência e importância aumentavam tanto que seus inimigos começaram a tramar contra ele.

     Auto Sacrifício – Guru Ram Das teve três filhos: Prithi Chand, Mahadev e Arjan. Quando chegou o tempo de escolher seu sucessor, os três foram postos à prova com relação a devoção. Um primo de Ram Das o convidou para casamento do seu filho. Como o casamento se realizaria em outra cidade, Lahore, e Ram Das estava muito ocupado em Amritsar, disse que enviaria um de seus filhos em seu lugar.

     Os dois mais velhos se recusaram, por isso Ram Das solicitou ao seu filho mais novo, Arjan, que fosse ao casamento. Quando ele recebeu a ordem do pai, foi imediatamente para Lahore, assistiu ao casamento e ficou esperando vários dias sem receber notícias do Guru e aflito escreveu um poema e enviou ao Guru. O filho mais velho recebeu a mensagem, mas não passou ao pai. Arjan continuou esperando a resposta. Como o Mestre conhece o coração de todos e ouve suas orações, sabia o que estava acontecendo.

     Arjan escreveu mais uma vez a seu pai e novamente o filho mais velho interceptou. Na terceira carta Arjan marcou o número 3 e pediu que fosse entregue somente a seu pai. Quando Ram Das recebeu a carta perguntou ao Prithi Chand onde estavam as outras duas cartas e este mentiu, dizendo que não sabia. Ram Das pediu que trouxessem as cartas e ao lê-las disse: “quem conseguir escrever uma quarta carta com esses poemas, essa pessoa será o único que poderá me suceder”. Então Arjan escreveu o seguinte:

Com um grande destino o encontrei

O sempre permanente Senhor foi encontrado em casa

Desejo somente servir a Ele e nunca estar separado nem por um instante

Sou teu servente, Oh Senhor!

     Prithi, o filho mais velho de Guru Ram Das ficou descontente e fumegando quando seu pai nomeou Guru o seu irmão mais jovem, Sri Arjan. Guru Ram Das avisou-o que era impróprio para um filho questionar ou brigar com seu pai. Porém ele estava inflexível e recusou-se a aceitar a decisão de seu pai, por considerá-la injusta.

     Após anunciar a nomeação, Guru Ram Das acompanhado de Guru Arjan partiu para Goindwal, onde faleceu.  Depois da morte do seu pai Guru Arjan retornou a Amritsar assumindo suas obrigações como o Quinto Guru dos Sikhs.

     Contudo, o maior trabalho realizado por Guru Arjan foi o de compilar o Adi Granth. Coletou os hinos dos primeiros quatro Gurus e adicionou os seus com os hinos de Farid, Kabir, Raidas, Jaidev e Bhikham. No momento em que os completou, passou a ser respeitado por um grande número de sikhs como sendo seu livro santo.

     Apesar do Guru ser humilde e ter hábitos simples, mesmo assim possuía todo o esplendor e pompa comuns em reinados. No seu reinado iniciou a criação de cavalos de raça e a vestimenta de roupas finas e caras. Também permitiu o casamento de viúvos, condenou o uso do álcool e abriu um centro de leprosos em Taran Taaran.

     Guru Arjan encorajou o comércio e a indústria entre os sikhs. Foi um Guru ativo, empreendedor e o primeiro Guru a se introduzir na política. Ele passou a ser visto como um líder espiritual tanto quanto um líder político e tinha muitos seguidores. Sua influência e importância aumentavam tanto que seus inimigos começaram a tramar contra ele.

     Chandu Savai Divan, uma pessoa da Corte do Imperador Akbar, foi um de seus perseguidores. Ele pediu a Guru Arjan para casar a filha dele com o seu filho Har Gobind. Como Chandu era arrogante, Arjan não deixou seu filho Har Gobind casar com a filha de Chandu que por sua vez ficou ofendido e se uniu a Prithi Chand (irmão de Arjan) que também estava ofendido por não ter sido escolhido para sucessão de seu pai Guru Ram Das.

     Infelizmente para o Guru, o tolerante Imperador Akbar faleceu e logo foi sucedido pelo seu filho, Jehangir. Este, diferente do seu pai e de seu avô, era um muçulmano fanático. Era totalmente intolerante em relação às outras religiões. Até os Qazis e Mullahs incitaram no contra o Guru e o apressaram para por fim a vida do Guru.

     O Imperador Jehangir ordenou que o Guru fosse trazido diante dele e posto para morrer. Chandu, um inimigo de Guru Arjan disse, “Eu cumprirei as ordens do Imperador. Tenho meus planos. Deem o Guru nas minhas mãos e o matarei com torturas”.

     Por cinco dias foi torturado de várias maneiras. Os oficiais do Imperador derramaram areia queimando sobre ele, sentaram-no em um caldeirão vermelho e o banharam com água fervente. O Guru atravessou todas estas torturas sem um gemido. Repetia durante o período de torturas:

Quando problemas muito grandes acontecem, e ninguém o acolhe;

Quando inimigos perseguem e parentes desaparecem

Quando para tudo que o homem procura por auxílio desaparece e todos os socorros estão terminados;

Se ele então lembrar Deus, nenhum vento quente o derrubará.

     Muitos yoguis e homens religiosos suplicaram por sua libertação, Mian Mir, o santo muçulmano, que até mesmo Jehangir respeitava, foi ver o seu amigo Guru Arjan e lhe disse: “Posso suplicar ao Imperador por sua libertação? Posso pedir-lhe para punir estes homens que estão lhe torturando”?

O Guru respondeu, “Não, irmão. Tudo está acontecendo de acordo com a vontade de Deus. Os homens que sustentam a verdade têm que sofrer sempre. Seu sofrimento dá força para a causa da verdade. Vá irmão, ore por mim. Ore para o sucesso da minha causa. Ore pela vitória da Verdade”.

     No quinto dia, o Guru foi levado ao rio Ravi. Banhou seus pés e suas mãos com suas águas geladas. Então entrou dentro do rio e banhou-se de corpo inteiro. Todo o tempo recitava o Japji Sahib. Antes de morrer declarou seu filho Sri Har Gobind como seu sucessor.

     Costuma-se dizer que a morte de Guru Arjan enfureceu tanto os sikhs que eles se transformaram de uma pacífica seita religiosa em uma comunidade de guerreiros prontos para defender sua fé religiosa com a espada se necessário.

     A qualidade do Guru Arjan, que é auto sacrifício, é uma qualidade que você não pode esquecer. Ensinar e Ensinar pelo exemplo. As pessoas devem vê-lo como pessoa que vive o que ensina e o que explica.

 

Por Dharam Kaur

Guru Har Gobind

O sexto Guru

   Justiça é a qualidade que terão de usar, para serem uma pessoa concentrada, devotada e calma. Instruiu aos sikhs o uso das armas, para assegurar a sobrevivência do dharma em uma época de perseguição espiritual, a fim de defendê-lo. Seus ensinamentos foram de defender a Verdade com Justiça.

     Justiça é a qualidade que terão de usar, para serem uma pessoa concentrada, devotada e calma. Instruiu aos sikhs o uso das armas, para assegurar a sobrevivência do dharma em uma época de perseguição espiritual, a fim de defendê-lo. Seus ensinamentos foram de defender a Verdade com Justiça.

     Guru Har Gobind nasceu em 14 de junho de 1595 em Wadali no distrito de Amritsar. Em 1606 tinha 11 anos quando sucedeu a Guru Arjan Dev que foi o primeiro mártir sikh. Quando a notícia do martírio do Guru Arjan chegou a Amritsar, Guru Har Gobind ficou triste, mas não se afligiu, porque seu pai havia proibido. Manteve-se calmo e disse a Bhai Buddha para ler o Guru Granth Sahib.

     Após 10 dias foi colocado no trono do Guru. Como parte da cerimônia, Bhai Buddha colocou diante dele uma ‘seli’ que é uma corda de lã ou barbante usado em torno do pescoço como um símbolo do reinado. O Guru recusou-se a usar e lhe disse: “A seli veste os santos ou homens santos que servem a Deus, em tempo de paz. Estes são tempos de guerra. Nosso inimigo quer nos aniquilar e nós temos que defender a nossa honra a todo custo. De agora em diante os sikhs devem ser soldados-santos e o Guru deles usará a espada em vez de ‘seli’ como o sinal do reinado do Guru”.

     Bhai Buddha entregou a espada a Har Gobind, mas, como era ingênuo em assuntos de guerra, colocou a espada no lado errado; quando percebeu, Bhai Buddha quis trocar de lado, mas Har Gobind não permitiu e solicitou que lhe entregasse a outra espada. E também acrescentou: “Eu usarei duas espadas, Piri e Miri. A do lado direito será a espada de Piri – o símbolo de ser seu líder e o guia nos assuntos religiosos. A do lado esquerdo será a espada de Miri – o símbolo de ser seu líder e o guia nos assuntos terrenos”.

     Guru Har Gobind militarizou os sikhs. Foi um militar e também um líder espiritual. Salientou a necessidade de programas de treinamento na arte da luta, caça, esgrima, arco e flexa, equitação e luta romana. Assim, iniciou-se a preparação de um exército de sikhs. Centenas de jovens ansiosos se alistaram e disseram ao Guru, “Não pedimos pagamentos, somente o favor e presente do nome de Deus”. O Guru deu a cada um deles um cavalo e uma espada.

     Como Har Gobind começou se mostrar poderoso, passou a ser temido e por isso foi feito prisioneiro. O Imperador ficou com febre, Chandu pediu para um Sacerdote dizer a ele que enquanto Har Gobind estivesse preso fazendo penitências, o Imperador melhoraria.

     Quando o Imperador Jahangir se recuperou da febre esqueceu o Homem Santo que ele havia deixado como prisioneiro e os anos se passaram. Um grupo de discípulos quiseram libertá-lo, mas ele disse: “Estes muros se converteram em proteção contra as insignificâncias do mundo e aqui posso dedicar meu tempo a meditação”.

     Passando alguns anos e os discípulos não suportando mais a separação, elaboraram um plano para a libertação do Guru. Dois discípulos usando seus poderes sobrenaturais, mudaram suas formas humanas por bestas selvagens e a noite rodearam o quarto do imperador grunhindo para não deixá-lo dormir. Ao amanhecer eles desapareceram e o Imperador aterrorizado procurou ajuda. Um discípulo apareceu como astrólogo e disse que podia ver o passado, o presente e o futuro e que poderia ajudá-lo em alguns dos seus problemas. Quando o Imperador se convenceu de suas qualidades, Jetha (que se passava por astrólogo), disse: “Você tem prisioneiro um homem Santo e inocente, seu nome é Har Gobind e estas visões de terror continuarão até que este homem esteja livre”.

     Foi dada a ordem para libertar Har Gobind, mas ele não aceitou sair sem que os outros prisioneiros fossem libertados. O Imperador então falou: “ Todos aqueles que puderem segurar em sua camisa, poderão ser liberados”. Har Gobind aceitou e fez a sua camisa ficar tão larga que uma mão de cada prisioneiro conseguiu segurar nela. Assim deu felicidade a muitos prisioneiros que finalmente retornaram às suas famílias.

     Pouco antes de sua morte (10 de março de 1644) Har Gobind designou seu neto Har Rai como seu sucessor, dizendo a ele: “Não tenha medo, nada prevalecerá contra você. Deus estará sempre com você e te assistirá. Mantenha sempre contigo dois mil e duzentos soldados completamente armados, porém não provoque brigas, nem te envolva em confrontos, nem em conflitos. Não vaciles em chamar teu exército para proteger o pobre, o indefeso ou o oprimido”. Estas foram suas últimas palavras a seu filho espiritual.

Por Dharam Kaur

Guru Har Rai

O sétimo Guru

   Piedade e compaixão, são as qualidades que farão com que se harmonizem e que tenham uma alma suficientemente forte para não permitir que nada os afete e elevar, elevar. Assim sentirão sua divindade.

     Piedade e compaixão, são as qualidades que farão com que se harmonizem e que tenham uma alma suficientemente forte para não permitir que nada os afete e elevar, elevar. Assim sentirão sua divindade.

     Guru Har Rai nasceu em 26 de fevereiro de 1630 e foi o sucessor de Guru Har Gobinde desde 1644, com apenas 14 anos. Ele continuou com os ensinamentos de seus antecessores. Foi um exemplo de valentia, compaixão, devoção, amor e misericórdia, permanecendo inalterável em todas as circunstâncias. 

     Desde pequeno se destacava por seu caráter sensível. Jamais arrancava uma flor e sempre sentia um grande amor pelos animais, chegando a ter um pequeno zoológico no jardim da casa de seu pai. Recebia com grande alegria os convidados e sempre permanecia pacífico em qualquer circunstância.

     Numa de suas viagens, Guru Har Rai e sua comitiva passaram pela casa de uma devota muito pobre. Ele pediu a ela pão. Com lágrimas nos olhos ela colocou diante do Guru o pão. O Mestre demonstrou grande satisfação em receber o alimento. Então abençoou a mulher e seguiu seu caminho. Todos se admiraram com essa atitude, pois não era normal ele aceitar nada sem dar algo em troca. Ninguém perguntou nada sobre o significado dessa atitude. No dia seguinte, quando lhe ofereceram alimento, ele recusou e explicou: “Irmãos, ontem não pedi o pão por estar com fome, e sim devido a devoção com que foi preparado. Raramente alguém consegue tal alimento”.

     Muito tempo depois de haver se tornado Guru, Har Rai recebeu uma desesperada súplica do Imperador: seu filho estava agonizando e pedia que Har Rai o salvasse. Ele sorriu e disse: “Com uma mão o homem corta uma flor e com a outra oferece. Mas a flor perfuma as duas mãos por igual”. Fez uma pausa e continuou: “Assim se devolve o bem em troca do mal”. Har Rai mandou umas ervas e o filho do Imperador foi salvo. Assim se estabeleceu um laço de amizade entre eles.

     Durante grande parte de sua vida viveu em Kartapur, e depois de declarar seu filho mais jovem Har Krishan como seu sucessor, faleceu em 6 de outubro de 1661.

     Piedade e compaixão, são as qualidades que farão com que vocês se harmonizem e que tenham uma alma suficientemente forte para não permitir que nada os afete. Assim sentirão sua divindade.

Por Dharam Kaur

Guru Har Krishan

O oitavo Guru

   Pureza é a qualidade que vocês deverão saber manter constante para poder experimentar todo o sentido do exemplo de Guru Har Krishan. E estar satisfeitos para que o sentimento de compaixão flua através deles. Deverão experimentar sua energia vital.

     Pureza é a qualidade que vocês deverão saber manter constante para poder experimentar todo o sentido do exemplo de Guru Har Krishan. E estar satisfeitos para que o sentimento de compaixão flua através deles. Deverão experimentar sua energia vital.

     Guru Har Krishan nasceu em 7 de julho de 1656 e em 1661 foi o sucessor de Har Rai com apenas cinco anos. Sua idade não foi uma limitação para demonstrar sua grande sabedoria. Morreu jovem, enquanto cuidava e curava as vítimas de varíola na Cidade de Delhi.

     Quando o seu irmão mais jovem foi apontado como o novo Guru, Ram Rai, irmão mais velho de Har Krishan, encontrava-se na corte do rei Aurangzeb em Delhi. Queixou-se ao Imperador da decisão do seu pai. O Imperador convocou o jovem Guru para uma explicação. Como ele se recusou a ir, alguns discípulos temiam as conseqüências dessa decisão e pediram que ele reconsiderasse. Ele se manteve firme em sua decisão, até que alguns devotos disseram que muitos seguidores que viviam em Delhi precisavam da presença do Guru.

     Se a força de um exército não amedrontou o jovem Guru, uma pequena quantidade de amor foi como uma força magnética que atraiu a sua presença.

     No seu trajeto para Delhi encontrou com um orgulhoso sacerdote que, sabendo que o menino era chamado de Guru, o convidou para um debate sobre as escrituras hindus. No lugar de confrontar-se diretamente, Har Krishan chamou um analfabeto a seu lado, tocou o ombro do homem com uma vara e disse ao sacerdote: “Ele falará no meu lugar”. Tão profundo e repentino conhecimento teve este analfabeto que o sacerdote ficou assombrado e pediu perdão por seu orgulho.

     Enquanto Har Krishan estava em Delhi, uma peste infestou a cidade. Sem cuidar do seu próprio bem-estar, trabalhou incansavelmente para dar alívio aos enfermos.

Infelizmente, o Guru estava muito doente e anunciou que seu tempo de partida havia chegado. Seus seguidores pediram que ele permanecesse mais tempo, pois era tão jovem e não havia quem pudesse substituí-lo no trabalho espiritual. Har Krishan permaneceu sereno e recordou a vontade de Deus, falando sobre a morte e que todos devemos abandonar o corpo algum dia, não importando se é jovem ou idoso. Para aquele que aprende a morrer, a morte chega como um grande gozo e significa a união final com o Amado Senhor.

     Com relação ao seu sucessor não havia preocupações, uma vez que Deus cuidou sempre do bem-estar de seus filhos. “A semente plantada pela santa mão de Nanak permanecerá para sempre. Se as secas, as tormentas ou calor prevalecerem, essa semente não perecerá.”

     Antes de morrer, ele pediu por 5 moedas e um coco. Ele as pegou e não conseguindo mover o seu corpo, moveu suas mãos 3 vezes no ar gesticulando a escolha do seu sucessor e disse: “Baba Bakala”.  Significava que o seu sucessor seria encontrado na vila de Bakala.               

     Quando falou novamente, ordenou que cantassem os hinos dos Gurus e repetissem o nome de Deus. Em meio aos hinos e repetições do nome de Deus, o Guru faleceu em 30 de março de 1664.

 

Por Dharam Kaur

Guru Tegh Bahadur

O nono Guru

   Serenidade, vem da experiência profunda dos mistérios do universo. Vocês não devem deixar nunca de praticá-la se quiserem viver sua espiritualidade interna sem exageros, nem descontroles, mas sim, com sutileza e tranquilidade. Guru Teg Bahadur percorreu o país para pregar e levar a mensagem da Verdade. Ofereceu sua vida para garantir o direito aos hindus de praticar sua religião livremente.

     Serenidade, vem da experiência profunda dos mistérios do universo. Vocês não devem deixar nunca de praticá-la se quiserem viver sua espiritualidade interna sem exageros, nem descontroles, mas sim, com sutileza e tranquilidade.

     Guru Teg Bahadur percorreu o país para pregar e levar a mensagem da Verdade. Ofereceu sua vida para garantir o direito aos hindus de praticar sua religião livremente.

     Teg Bahadur, o filho mais novo de Guru Har Gobind, nasceu às 2hs 15 minutos do dia 10 de abril de 1621, seu nome “Teg” foi escolhido pelo Guru porque havia profetizado que ele seria poderoso no manejo da espada (tegh).

     Antes de morrer, Guru Har Krishan disse as palavras “Baba Bakala” significando que o seu sucessor seria encontrado na vila de Bakala. Surgiram então vários pretendentes ao título, falsos gurus que se auto proclamavam sucessores, criando confusão nos fiéis. Esta confusão permaneceu por cerca de um ano quando aconteceu um fato que levou a descoberta do Guru verdadeiro.

     Um rico comerciante chamado Mekan Shah, navegava de Gujarat com uma grande carga de produtos, deparou-se com uma tormenta violenta e com o seu barco prestes a afundar. Ele orou a Guru Nanak dizendo que se o Guru vivente salvasse a sua embarcação, ele lhe daria quinhentas moedas de ouro. Suas preces foram ouvidas, nem bem tinha terminado a oração as águas se acalmaram. Para pagar a sua promessa visitou Punjab. Foi a Bakala e ficou confuso em encontrar tantos Gurus. Decidiu então fazer uma triagem dos pretendentes. Visitou a todos e ofereceu 2 moedas de ouro para cada um. Aceitaram a oferta e não pediram mais nada. Nenhum deles sabia da promessa de 500 moedas para o verdadeiro Guru. O mercador ficou com o coração desalentado e descobriu que eles se diziam Gurus apenas para enganar os Sikhs.

     Seguiu por toda a aldeia perguntando se existia outro Guru. Finalmente, uma senhora disse que existia um homem santo chamado Tegh Bahadur, filho do Guru Har Gobind. (Apesar de estar qualificado em todos os sentidos para suceder ao Har Gobind, não foi nomeado seu sucessor porque jovem ainda partiu para Bakala.)

     O mercador procurou Tegh Bahadur e ofereceu o mesmo valor que tinha oferecido aos outros supostos Gurus. Tegh Bahadur lhe disse: “Onde está a sua honestidade? Em seu desespero ofereceu 500 moedas de ouro, quando estava naufragando”. Antes que o mercador respondesse, Tegh Bahadur ergueu a camisa e mostrou as cicatrizes que adquiriu ao salvar o barco. Makkah Shah prostou-se perante Tegh Bahadur e o presenteou com as 500 moedas de ouro que havia prometido. A notícia se espalhou e os impostores ficaram envergonhados.

     Tegh Bahadur viajou muito para atender as orações dos necessitados, porém em quase todos os lugares encontrava antagonismo, mas sempre permaneceu em calma e centrado na vontade Divina.

     Em Delhi, foi acorrentado e aprisionado em uma caixa de ferro. Fizeram de tudo para convertê-lo, mas Guru Tegh Bahadur não abandonou a sua fé. Foi então  torturado de maneiras cruéis. Além disso,  o Imperador ordenou que três dos seus discípulos fossem torturados e mortos perante os seus olhos. Os três sacrificaram suas vidas e morreram com o nome de Deus em seus lábios e os olhos fixos no Guru. Foi executado no dia 11 de Novembro de 1675, mas seu grande sacrifício salvou o país de se converter ao Islã.

     Quando a tormenta terminou o corpo de Tegh Bahadur permaneceu no lugar da execução. Aurangzeb ordenou que ninguém o tocasse. Passou algum tempo e outro discípulo, silenciosamente, durante a noite o colocou em seu veículo e o levou para sua casa e ali o cremou com todo o respeito, incendiando sua própria casa, para que não o encontrassem.

     Quando a tormenta terminou o corpo de Tegh Bahadur permaneceu no lugar da execução. Aurangzeb ordenou que ninguém o tocasse. Passou algum tempo e um discípulo, silenciosamente, durante a noite o colocou em seu veículo e o levou para sua casa e ali o cremou com todo o respeito, incendiando sua própria casa, para que não o encontrassem. Então o discípulo foi até o Guru Gobind para contar o que havia sucedido. O Guru disse que criaria um corpo de homens tão poderosos que não seria mais necessário esconder nada, inclusive suas crenças.

Obs: vejam na história do 100 Guru o porquê de ele ser torturado.

Por Dharam Kaur

Guru Gobind Singh

O décimo Guru

   Guru Gobind Singh, o mais carismático dos gurus, nasceu em Patna, em 26 de dezembro de 1666. Era um menino muito ativo e desde pequeno demonstrou amor ao combate. O forte sentido de humor que possuía Nanak despontava também em Gobind. Guru Gobind Sing nasceu em um tempo em que a honra da nação estava em baixa. Parecia que vinha a este mundo com uma missão muito especial. 

     Guru Gobind Singh, o mais carismático dos gurus, nasceu em Patna, em 26 de dezembro de 1666. Era um menino muito ativo e desde pequeno demonstrou amor ao combate. O forte sentido de humor que possuía Nanak despontava também em Gobind. 

     Guru Gobind Sing nasceu em um tempo em que a honra da nação estava em baixa. Parecia que vinha a este mundo com uma missão muito especial.           

     Trabalhou para a elevação caminhando sem restrição, independente de casta, credo, raça ou seita. Ele ocupou uma posição firme para a unidade nacional e integração emocional do povo indiano.

     Desde criança manifestava suas qualidades de líder. Era ativo e gracioso e possuía um grande número de amigos para brincar. Ela formava dois grupos e inventava jogos e brincadeiras que requeriam grande habilidade, coragem, força e paciência.

     Quando seu pai, Guru Tegh Bahadur retornou a Patna, passou dois anos organizando e treinando os seus discípulos para realizar a sua missão. A situação piorava a cada dia. O Imperador ordenou que os hindus brahmines se convertessem em massa ao Islã. Os brahmines de Kashemir estavam desesperados. Não queriam perder nem sua religião nem suas vidas. Muitos deles vieram a Anandpur encontrar o Guru e pedir a sua ajuda e proteção.

     O Guru ficou muito triste e pensativo com o que ouvia, quando o seu filho de 8 anos, Gobind Rai (nome de Guru Gobind antes de se tornar Guru) entrou e vendo sua cara triste perguntou o motivo. O Guru explicou o motivo e Gobind Rai perguntou que solução ele havia dado aos brahmines. Respondeu, que algumas almas nobres devem dar suas vidas para salvar o “dharma” e honra das pessoas miseráveis. Prontamente Gobind Rai disse, “Para este sacrifício, querido pai, quem melhor do que você”?

     Guru Tegh Bahadur ficou atordoado e feliz por ouvir estas palavras sábias do seu filho e pela sua coragem moral. Chamou então os brahmines de Kashemir e lhes disse: “Digam ao governador que todos os brahmines estão prontos a abraçar o Islã se o líder deles, o Guru Tegh Bahadur, for convertido”.

     Depois que o nono Guru morreu torturado nas mãos do imperador muçulmano, o seu filho Guru Gobind lhe sucedeu. Seu lema era: “Quando todos os meios são esgotados, é o momento correto de usar a espada”. Foi piedoso e justo com seus inimigos. Coragem Real também era um de seus lemas. Dizia: “ Não evitem esta qualidade, porque é a que pode dar incentivo e força para cuidar da sua vida terrena e da sua alma”.

     Ele era protetor da fé sobre a terra, fez seus adeptos considerarem o Granth Sahib como o Supremo Guru. Consciente de que os Sikhs tinham muitos adversários, ele preparou-os dentro de uma ordem disciplinada, treinada e militante, fundamentada nos conceitos de total igualdade e fraternidade, ordem unida pela aceitação voluntária de um código de ética estabelecido por ele. Ele os batizou dentro de uma irmandade, que denominou, A KHALSA (os únicos puros) e decretou que deveriam ter todo o tempo cinco símbolos que os distinguiram, cada um deles iniciando com a letra K. eram eles:

 – O Kesh (cabelo longo) – Não cortar nem cabelo nem barba, dados por Deus, para sustentar a consciência elevada e usar um turbante, a coroa da espiritualidade.

– Kangha (pente) – Um pente de madeira para pentear o cabelo, como símbolo de limpeza.

– Kirpan (sabre) – A espada com a qual o Khalsa se compromete a defender a Verdade corretamente.

– Kachera (calções curtos) – Um calção especialmente feito de algodão, como lembrete de compromisso com a pureza.

– Kara (pulseira) – Uma pulseira de aço, usada no pulso, que significa a união espiritual com a Verdade e a liberdade com respeito a qualquer outra relação limitada.

     Os Khalsas também se comprometem a abster-se de qualquer relação sexual fora do casamento, assim como de consumir álcool, fumo, carne ou qualquer outro enervante.

     Sikh Dharma ensina as virtudes do amor, coragem, dedicação e honestidade e que todos têm direito, por nascimento, de serem São, Felizes e Íntegros.

     A vida do Guru Gobind Sing passou por uma série de ataques frequentes e retiradas estratégicas. Houve alguns períodos de alívio, de 1705 a 1707, foi quando incorporou ao Granth Sahib (o livro sagrado do Sikhs) os hinos de seu pai Tegh Bahadur, escreveu uma autobiografia, compôs vários poemas e estudou as escrituras das outras crenças.

     Quando seu fim se aproximava, mandou construir uma pira e deu algumas instruções aos seus seguidores sobre sua cremação e disse que a partir dele, o supremo guru da fé Sikh, passaria a ser o Granth Sahib. Nenhum humano assumiria seu cargo após sua morte. Era um conceito novo de liderança, colocando no livro a autoridade que normalmente era posta nos indivíduos. Seu êxito foi surpreendente e o Guru Granth Sahib tem provido os seguidores da fé, de direção, confiança e conforto desde então.

      Foi o último Guru na forma humana, um escritor inspirado e poeta. Antes de morrer passou o legado de Guru a uma versão reeditada do Adi Granth e completada por ele, dando o nome de Siri Guru Granth Sahib. Desde o dia em que a primeira cópia do Granth Sahib foi introduzida com cerimônia até hoje são lidos trechos todos os dias, entremeadas com cantos. Os que vem escutar saem enriquecidos pelas palavras dos antepassados espirituais.

      Guru Gobind Sing faleceu em 7 de outubro de 1708, quando se encerrou a encarnação de Guru Nanak em dez corpos humanos, a qual havia começado em 1469.

      Vocês precisam seguir o exemplo de Guru Gobind Singh que é Coragem Real e não evitem esta qualidade porque é a que lhes pode dar incentivo e força para ter, não somente cuidando de sua vida, mas também de sua alma.

Cadastre-se em nossa

Newsletter

Copyright [AKYM BR] – Associação Nacional de Professores de Kundalini Yoga.